Dia: 26 de dezembro de 2020

Comum é ver nos rótulos de alimentos light e diet e logo associa-los com escolhas de vida saudáveis, não? Infelizmente, na maioria dos casos eles não são a melhor alternativa para manter a dieta na linha, fugir de alimentos açucarados ou que contenham muitas calorias. Isso já e consenso até para o Ministério da Saúde, esses tipos de produtos são ultra processados e devem ser evitados.

A pasta do governo disponibilizou em 2017 o material nomeado “Desmistificando Dúvidas Sobre Alimentação e Nutrição”(Leia aqui), que contou com auxilio de diversos especialistas na área médica e nutricional. Neste arquivo há uma seção específica sobre alimentos diet e light e alerta para a importância de saber quais são as verdadeiras especificações desses produtos.

O que são os alimentos diet?

O documento determina os alimentos diet como” somente utilizado quando o produto não apresenta um determinado ingrediente, como açúcar ou gordura”. Além disso, detalham a sua finalidade e destinação: “São alimentos para fins especiais, usados em dietas em que se deve restringir certo nutriente, não sendo necessariamente isento de açúcar ou formulado para o controle de peso corporal”.

A substância reduzida, então, reduzida nos alimentos denominados diet não e necessariamente o açúcar, apesar de pessoas diabéticas preferirem por esses produtos por acreditarem estarem consumindo uma fonte com baixo açúcar. Alimentos que não possuem sal ou gordura também são considerados diet – por isso, a dica e sempre estar de olho do rotulo atrás da embalagem e conferir a tabela nutricional e a sua composição.

O chocolate diet, por exemplo, possui uma quantidade de calorias próxima da do chocolate normal. Na realidade, apesar desse tipo de chocolate na maior parte das vezes não conter açúcar, a alteração da consistência do produto por causa da retirada do açúcar faz com que o produto tenha que ter mais gordura em sua composição: o que aumenta a quantidade de calorias

O que são os alimentos light?

Ao contrario dos alimentos diet, os light devem apresentar uma redução no valor energético – ou seja, da quantidade de calorias – ou no valor de algum componente – qualquer que seja – de no mínimo 25% em relação a versão original.

Mas quais são os perigos dos alimentos diet e light?

Para quem busca manter uma dieta controlada, saúde em dia, reduzir gordura corporal ou qualquer um dos inúmeros benefícios que a nutrição pode oferecer, escolher preferencialmente esses alimentos não é a melhor opção. Apesar de eles serem vendidos como a escolha certa para qualquer tipo de pessoa, não necessariamente não possuem calorias ou açúcares – fato que muitas pessoas acreditam e sentem-se a vontade de ingerir esses produtos indiscriminadamente.

Além disso, as empresas necessitam ajustar suas formulas para que o alimento não perca características como sabor e durabilidade. E o que o guia do Ministério da Saúde nos diz: “Por exemplo, muitas vezes quando o conteúdo de gordura do produto e reduzido, há o aumento no teor de açúcar ou vice-versa, para manter sua aparência e textura. Com frequência, a reformulação desses alimentos não traz benefícios claros. Ou quando se adicionam fibras ou micronutrientes sintéticos aos produtos, sem a garantia de que o nutriente adicionado reproduza no organismo a função do nutriente naturalmente presente nos alimentos”.

Dessa maneira, apesar de estamparem em suas embalagens frases que remetem o produto para uma escolha saudável, eles são na verdade produtos ultra processados – que por definição devem ser ingeridos com cautela. E essa questão também é criticada pelo Ministério da Saúde: “A publicidade desses produtos explora suas alegadas vantagens diante de produtos regulares (‘menos calorias’, ‘adicionado de vitaminas e minerais’), aumentando as chances de que sejam vistos como saudáveis pelas pessoas”

Então, a melhor escolha e evitar esses alimentos e dar preferência aqueles in natura – naturais, como frutas – pouco processados ou preparados em casa – em um ambiente conhecido e que se saiba exatamente o que é a sua composição.

Outras pesquisas mundo a fora também já demonstram que tais produtos light e diet na realidade ajudam você a ganhar peso. No inicio dos anos 90, diversos estudos começaram a se atentar para os alimentos que estavam a fazer um enorme sucesso: os light e diet. Principalmente em questão dos alimentos fat-free ou sem gordura, as pesquisas identificaram que o acréscimo de açúcar era expressivo. Além disso, já se chegou a um consenso de que uma dieta rica em gorduras boas – como aquelas vindas de abacate e do azeite – pode auxiliar para a perda de peso e em uma dieta saudável.

Um outro estudo publicado no British Medical Jornal identificou que quanto mais açúcar uma pessoa consome, ate em alimentos light e diet, maior e seu peso. A razão seria a maneira pela qual o corpo processa carboidratos e açúcar, o que nos faz sentir mais fome e comer mais, mesmo estando satisfeitos.

Considerações finais

Mesmo que o rotulo seja bonito e o produto tenda a ser convincente, considere primeiro todas as substâncias adicionadas para possibilitar que o produto light ou diet esteja na prateleira. Nem sempre podemos confiar cegamente naquilo que se está estampado no lacre.

Dessa maneira, o meio de não cair nessa armadilha e olha sempre o rotulo da embalagem, principalmente a tabela nutricional e a lista de ingredientes

Por isso, o ideal é seguir a dica de sempre: fazer um prato colorido, com vegetais, legumes, carboidrato de baixo índice glicêmico e proteína (independentemente da fonte). Tudo isso, como sempre, aliado com uma rotina de atividade física. Nos lanches entre as refeições, se houver, opte por alimentos in natura, como frutas, ou sementes e castanhas.

Não se esquece de curtir e compartilhar com seus amigos, ok?

Até a próxima!