As sete idades do apetite

A nossa relação com a comida pode mudar de tempos em tempos. E isso é comum. Fases em que se tem mais apetite, mais compulsão ou simplesmente a falta de fome fazem parte de nossas vidas. O necessário é saber identificar tais etapas e tentar desenvolver novas maneiras saudáveis de lidar com a alimentação. O pesquisador Alex Johnstone, do Instituto Rowett de Saúde e Nutrição, da Universidade de Aberdeen, na Escócia, considera em seu artigo (veja aqui) que há sete etapas do apetite nas nossas vidas. Vamos conhecer?

A primeira década de vida – Nascimento até os 10 anos

Resistência a alimentos novos durante os primeiros anos da infância tem raízes genéticas, sociais e até evolutivas

A chamada primeira infância é marcada pelo crescimento rápido do corpo. E é nessa fase que muitos comportamentos alimentares podem ser padronizados e se perpetuarem para a vida adulta. Por isso pode ser comum ver crianças acima do peso se tornarem adultos obesos. O ideal, então, é que os pais controlem de alguma forma a alimentação de seu filho(a), principalmente na questão sobre o tamanho das porções de comida.

O que muitos pais costumam fazer é forçar seus filhos a “limparem” o prato. Tal prática pode levar a criança a desenvolver um hábito de orientar a sua ingestão de comida não pelo apetite, mas sim pela quantidade de alimento ingerido. Seguindo a mesma linha, oferecer comida junk food para os pequenos pode leva-los a se acostumarem a esse tipo de alimento, que não oferece nenhum valor nutricional e pode levar à obesidade infantil.

Uma estratégia para educar as crianças é estimulá-los a conhecer alimentos como frutas, verduras e legumes ao demonstrar a importância deles para um crescimento saudável e, acima de tudo, dar o exemplo. Ou seja, não adiantaria no prato do filho ter legumes e no dos pais ter junk food. O primeiro passo é o exemplo.

A segunda década de vida – 10 aos 20 anos

Este período é marcado por diversas transformações corporais, hormonais e até mesmo comportamentais

Fase marcada por mudanças hormonais, aumento da estatura e chegada da puberdade, na adolescência o aumento do apetite é normal. Por exemplo, em função do seu sistema reprodutivo que começa a se tornar maduro e a requisitar mais do corpo, as jovens são mais propensas a apresentarem déficit nutricional do que os jovens.

O modo como o adolescente lidará com a comida poderá moldar como será sua dieta na vida adulta. Dessa maneira, se nessa idade o jovem baseia sua dieta em alimentos com alta taxa de açúcar e baixo valor nutricional, provavelmente sua vida adulta será guiada naturalmente por esse padrão.

Por esse aspecto, como o apetite maior, os pais precisam oferecer a orientação adequa aos adolescentes. Primeiramente é não os deixar adotarem hábitos e preferências alimentares que não são saudáveis – como recorrentes almoços ou jantares em fast foods, ou quitutes cheios de açúcares entre as refeições.

A terceira década de vida – 20 aos 30 anos

O estresse que sofremos na faixa dos 20 aos 30 anos pode nos levar a engordar

Essa é a fase em que os jovens começam a mudar de vida: entram na faculdade, começam a trabalhar, namorar, casar e até ter filhos. Essas mudanças podem fazer com que o impulso alimentar por causa de stress e ansiedade seja cada vez mais comum. Por isso é comum, se não se prestar atenção na alimentação, o ganho de peso.

Quando estamos com fome, principalmente nessa idade, o corpo envia fortes sinais de que necessita de comida. Entretanto, na rotina agitada e na ingestão rápida das refeições os avisos se satisfação são mais brandos e demoram mais para chegar. Sobre esse aspecto, pesquisadores já investigam como os diferentes tipos de alimentos podem afetar a saciedade.

Um pote de sorvete pode ser mais fácil de comer do que um prato de carne. Isso porque a gordura presente no sorvete não aciona os mecanismos cerebrais que enviam o sinal de “parar de comer”. O inverso ocorre com a carne, já que a proteína aciona tais mecanismos, em conjunto com as fibras e até a água.

A quarta década de vida – 30 aos 40 anos

Pessoas com compulsão alimentar comem grandes quantidades de alimentos em pouco tempo

A vida adulta começa a impor outros desafios e o stress começa a ficar cada vez maior. O fenômeno da compulsão alimentar por alimentos com muitas calorias é mais comum nessa década de vida – apesar de tal termo ainda ser discutido na comunidade científica.

O ideal é fugir de alimentos prontos – como os vendidos congelados ou em máquinas de venda automática – e preferir os in natura, como verduras e legumes. Focar na prática de exercícios físicos para controlar o stress também auxilia na compulsão alimentar.

A quinta década de vida – 40 aos 50 anos

É na faixa dos 40 aos 50 anos que os adultos costumam mudar seus hábitos alimentares

É nessa faixa de idade que os adultos começam a mudar seus hábitos alimentares, principalmente por causa de problemas de saúde que possam surgir em decorrência da má alimentação seguida durante anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já considera que uma dieta inadequada – cheia de açúcares e alimentos processados, por exemplo – é um dos maiores fatores de impacto ao estilo de vida sobre a saúde e a mortalidade.

A sexta década de vida – 50 aos 60 anos

A massa muscular começa a diminuir nessa faixa etária – a perda é de 0,5 a 1% ao ano. Tal processo é denominado de sarcopenia. Por isso, nessa idade é ainda mais importante o consumo de proteínas e a prática de atividades físicas voltadas também para o fortalecimento muscular. Além disso, claro, seguir uma dieta balanceada e livre de alimentos processados é importante para a manutenção de uma boa saúde.

A sétima década de vida e adiante

Na velhice, uma alimentação adequada é ainda mais importante para manter a saúde

Que estamos vivendo mais é evidente – mas será que estamos vivendo melhor? Um dos desafios é manter a qualidade de vida na maior idade. A nutrição é importante nessa idade, mesmo que seja comum a falta de apetite, o que leva a uma maior fragilidade.

Uma das explicações para a falta de apetite é a falta de prazer com a alimentação – seja por depressão, problemas dentários, perda de paladar ou por doenças como Alzheimer ou diabetes. Além disso, a perda de um companheiro e realizar as refeições sem ninguém pode fazer com que a experiência social que é comum nesse horário seja perdida – o que causa desinteresse pela refeição.

Considerações finais

Os pequenos só desenvolvem hábitos alimentares saudáveis se forem acostumados desde cedo

Precisamos lembrar que, ao longo da vida, os alimentos não são apenas combustível, mas uma experiência social e cultural a ser desfrutada. Somos todos especialistas em comida – nos alimentamos todos os dias.

Por isso, devemos nos esforçar para enxergar todas as refeições como uma oportunidade de usufruir da comida e dos efeitos positivos que os alimentos certos podem ter sobre nossa saúde.

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Até a próxima!